O YouTube registrou receita publicitária de US$ 9,8 bilhões no segundo trimestre de 2025, valor que corresponde a cerca de R$ 54,1 bilhões na cotação do período. O desempenho superou a estimativa de mercado, que apontava para US$ 9,6 bilhões entre abril e junho.
Os números constam no balanço financeiro da Alphabet, divulgado em 23 de julho. Em relação ao mesmo trimestre de 2024, o aumento da receita de anúncios foi de aproximadamente US$ 1,1 bilhão.
Crescimento acima do esperado
No segundo trimestre de 2024, o YouTube havia faturado US$ 8,7 bilhões com publicidade. A expansão de 12,6% em doze meses reforça a importância da plataforma para o portfólio de serviços da Alphabet.
O resultado também confirma a estratégia da companhia de priorizar formatos de anúncio premium, segmentação aprimorada e novas soluções para anunciantes. A cifra coloca o YouTube entre as maiores fontes individuais de receita do grupo.
No total, a Alphabet apurou receita de US$ 96,4 bilhões entre abril e junho, representando crescimento de 13% na comparação anual. Esse avanço foi impulsionado não apenas pelo YouTube, mas também por outros pilares do conglomerado.
O Google Cloud registrou incremento de 32% e alcançou US$ 13,6 bilhões, sinalizando maior adoção corporativa de serviços em nuvem. Itens como assinaturas digitais, vendas de dispositivos e publicidade no buscador complementaram o desempenho.
Concorrência fortalece planos financiados por anúncios
O aquecimento das cifras do YouTube influencia a movimentação de plataformas rivais. A Netflix, por exemplo, informou em maio ter 94 milhões de usuários mensais ativos em seu plano com anúncios, cerca de 20 milhões a mais que em novembro de 2024.
Lançado em 2022, o modelo mais barato da Netflix exibe alguns minutos de propaganda a cada hora de conteúdo. Analistas projetam que a empresa tenha arrecadado por volta de US$ 3 bilhões em publicidade no segundo trimestre, embora o balanço oficial ainda não traga esse recorte.
HBO Max e Amazon Prime Video seguem rumo semelhante, adicionando camadas financiadas por anúncios para diversificar receitas. O movimento mostra uma tendência de mercado em que streaming pago e publicidade convivem para ampliar margens.
Televisores impulsionam visualizações e receitas
Dentro do YouTube, o aplicativo para smart TVs tem papel central na geração de renda publicitária. A audiência em telas grandes cresce de forma consistente, tornando o formato uma prioridade para a equipe de produto.
Dados da Nielsen indicam que o YouTube liderou a audiência nas televisões dos Estados Unidos em abril e maio, à frente de concorrentes como Netflix e Disney+. O mesmo padrão já havia sido observado no primeiro trimestre do ano.
Para aproveitar o tráfego na sala de estar, a plataforma investe em recursos que identificam momentos de menor relevância em vídeos, inserindo anúncios de forma menos intrusiva. A intenção é aumentar tempo de permanência sem prejudicar experiência do usuário.
Os televisores também atraem anunciantes interessados em formatos de alto impacto, com criativos de longa duração e métricas comparáveis à televisão tradicional. Esse diferencial contribui para elevar o ticket médio das campanhas.
Além dos avanços no front publicitário, a Alphabet destacou progressos em inteligência artificial que atravessam várias frentes de negócio. Segundo a companhia, aplicações de IA já influenciam desde a otimização de anúncios até a recomendação de vídeos.
A empresa de Mountain View planeja acelerar o lançamento de soluções generativas, prevendo que funcionalidades automatizadas melhorem desempenho de campanhas e engajamento de usuários. A expectativa é que tais iniciativas sustentem o ritmo de crescimento observado.
No cenário macro, a expansão do faturamento com anúncios reflete um mercado digital que se recupera de incertezas registradas em anos anteriores. A demanda por vídeo online permanece elevada, tanto em dispositivos móveis quanto em smart TVs.
Ao mesmo tempo, anunciantes buscam maior granularidade de dados e retorno sobre investimento, fatores que favorecem plataformas com infraestrutura de medição robusta. Nesse contexto, o YouTube explora sua base global para manter a liderança.
A Alphabet não detalhou metas específicas para o terceiro trimestre, mas analistas consideram que a companhia tende a manter ritmo positivo se a adoção de IA e a expansão na TV continuarem. O desempenho do dólar e a dinâmica econômica global também podem influenciar as próximas leituras.
Enquanto isso, concorrentes ajustam estratégias para aproximar suas receitas das do YouTube. A disputa por verbas publicitárias deve intensificar a adoção de novos formatos e pacotes híbridos entre assinatura e anúncio em todo o setor de streaming.