O segmento de consoles portáteis para jogos de PC ganhou um novo capítulo com a chegada do Lenovo Legion Go S SteamOS Edition, vendido por cerca de US$ 500 e equipado com o processador Ryzen Z2 Go. O lançamento reacende a comparação direta com o Steam Deck OLED, versão de US$ 550 que domina as recomendações desde 2021.
Desempenho: vantagem do chip mais novo
Embora ambos adotem arquiteturas AMD de quatro núcleos, o Legion Go S utiliza a geração Zen 3, enquanto o Steam Deck mantém o design original baseado em Zen 2. Nos testes citados, o aparelho da Lenovo entrega de 20 % a 40 % mais quadros por segundo em vários títulos, mantendo a resolução de 1280 × 800 pixels.
A GPU integrada também se beneficia da maior eficiência do chip mais recente, permitindo lidar melhor com jogos exigentes na resolução nativa e na densidade de pixels superior da tela da Lenovo. Os dois modelos chegam com 16 GB de RAM, mas o Legion opera em frequência levemente mais alta.
Telas de filosofias distintas
O Steam Deck OLED aposta em um painel de 7,4 polegadas com pretos profundos e cores mais vivas, além de melhoria na autonomia graças à tecnologia orgânica. Já o Legion Go S apresenta um LCD de 8,8 polegadas com maior resolução (2560 × 1600), taxa de atualização variável de até 144 Hz e tempo de resposta pensado para quem prioriza competitividade.
Na prática, a preferência tende a depender do perfil do usuário: quem valoriza contraste e consumo de energia pode inclinar-se ao OLED, enquanto quem busca nitidez extra e fluidez em jogos rápidos encontra opções superiores no LCD do Legion.
Ergonomia e controles
O corpo maior do Legion Go S acomoda a tela ampliada, resultando em aparelho mais pesado e volumoso. Segundo avaliações, o formato preenche melhor as mãos, mas apresenta apenas um botão traseiro por lado, contra dois do Steam Deck.
O produto da Valve mantém vantagem nos trackpads: são dois, com área mais generosa, úteis para navegação de cursor e mapeamento de comandos em jogos que dependem de mouse. No Legion, a vibração é considerada menos refinada e o sistema de refrigeração gera ruído adicional.
Quanto ao layout dos analógicos, o Legion segue o padrão consagrado pelos controles Xbox, com sticks alinhados diagonalmente. O Steam Deck posiciona os direcionais à parte interna dos botões, algo que pode exigir adaptação, sobretudo para mãos menores.
Experiência de software
Ambos saem de fábrica com SteamOS, mas o suporte da Valve soma três anos no Steam Deck, resultando em menos falhas na troca de resolução, digitação de texto ou customização de controles. O Legion Go S, por ser recente, ainda depende de ajustes de drivers e otimizações específicas para seu hardware.
Mesmo sem intervenção da Lenovo, a diferença de maturidade do sistema pesa: usuários relatam navegação mais fluida e menor incidência de bugs no dispositivo da Valve. A longo prazo, a evolução do suporte ao Z2 Go no Linux será decisiva para reduzir essa lacuna.
Preços e versões disponíveis
Nos Estados Unidos, o Steam Deck inicia em US$ 400 na edição LCD de 256 GB, mas o modelo comparado — OLED de 512 GB — custa US$ 550. O Legion Go S permanece em torno de US$ 500 na configuração também com 512 GB. Já a variante Legion Z2 Extreme, mais potente, ultrapassa essa faixa de preço.
Para quem considera custo-benefício, a diferença de US$ 50 entre os modelos intermediários coloca peso na avaliação. A escolha envolve priorizar tela OLED, trackpads maiores e ecossistema mais amadurecido, ou investir em processador recente, display de alta resolução e taxas maiores de atualização.
Conclusão prática para o consumidor
Os testes indicam que o Legion Go S entrega desempenho superior e maior flexibilidade de tela, enquanto o Steam Deck OLED oferece experiência de software mais estável, controles adicionais e painel de contraste elevado. Analistas consultados afirmam que, no cenário atual, o Steam Deck continua sendo a recomendação geral, ainda que o avanço do Legion exiba clara evolução de hardware e encoraje concorrência direta nos próximos lançamentos.
Para decidir, o usuário deve considerar o conforto ao segurar cada dispositivo, a preferência por tipo de tela e a importância de ter um sistema operacional já amadurecido. Ambos permanecem alinhados no objetivo central: levar jogos de PC para qualquer lugar com conveniência.