“Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” chega aos cinemas brasileiros em 24 de julho de 2025 e marca oficialmente o início da sexta fase do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU). Dirigido por Matt Shakman, o longa apresenta a primeira família dos quadrinhos em uma realidade alternativa, apostando em ambientação retrofuturista para diferenciar-se das produções anteriores.
A trama situa-se na Terra 828, versão paralela do planeta já conhecido pelos fãs. Nesse cenário, quatro astronautas retornaram de uma tempestade cósmica com habilidades especiais, fato que os transformou em figuras públicas celebradas por diversos resgates, inclusive na cidade de Nova York.
Início da Fase 6 apresenta visual retrofuturista
Para evitar repetir a história de origem, o filme introduz a equipe por meio de um programa de televisão que recapitula vitórias e popularidade do grupo. O recurso estabelece rapidamente o papel dos heróis no cotidiano da população, exibe o merchandising que os cerca e revela especulações sobre a chegada do primogênito de Reed Richards e Sue Storm, Franklin Richards.
O quarteto é composto por Reed Richards (Pedro Pascal), capaz de esticar o corpo e considerado referência científica; Sue Storm (Vanessa Kirby), que manipula campos de força e pode ficar invisível; Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach), piloto transformado em criatura rochosa; e Johnny Storm (Joseph Quinn), que controla chamas. A química entre os intérpretes e o cenário inspirado em revistas pulp contribuem para o tom distinto da produção.
Chegada de Galactus impulsiona o conflito
A rotina da família é interrompida quando Shalla-Bal, a Surfista Prateada vivida por Julia Garner, aterrissa em Nova York. Ela alerta que o planeta será consumido por Galactus, entidade responsável por devorar mundos. A ameaça serve de catalisador para a missão central do enredo, deslocando os heróis da dinâmica doméstica para um confronto de escala cósmica.
Decisões questionáveis comprometem a trama
Apesar do conceito sólido, o roteiro apresenta pressa em explicar motivações e em encaminhar soluções. Diversos pontos de virada decorrem de escolhas arriscadas ou pouco críveis, frequentemente atribuídas ao próprio Reed, cuja reputação de gênio científico contrasta com certas atitudes mostradas na tela. Esses atalhos narrativos tornam-se pilares dos eventos subsequentes e podem causar estranhamento ao espectador atento.
A versão de Galactus exibe design condizente com o universo cinematográfico e recebe contextualização suficiente para novos públicos, ainda que sem grande profundidade. A Surfista Prateada segue abordagem similar: sua origem é apenas sugerida, mas a presença sustenta a lógica interna do filme e reforça o vínculo com o vilão.
Visual e elenco se destacam, mas roteiro gera dúvidas
A direção de arte valoriza paisagens urbanas inspiradas em arquitetura dos anos 1960 misturada a tecnologias avançadas. Sequências espaciais utilizam cores vibrantes e efeitos visuais refinados, realçados por trilha sonora orquestral que confere ritmo às batalhas. Esses elementos visuais e sonoros compõem um dos pontos mais comentados da produção.
No elenco, Joseph Quinn e Ebon Moss-Bachrach chamam atenção pelo entrosamento e por momentos de alívio cômico, enquanto Pascal e Kirby conduzem a carga emocional ligada à futura paternidade. Contudo, a ausência de flashbacks ou exposições prolongadas limita o aprofundamento individual, deixando zonas da vida pregressa dos protagonistas para explorações futuras em outros títulos.
Por adotar formato autônomo, o longa funciona como porta de entrada para novos espectadores. Ainda assim, cenas pós-créditos indicam conexões diretas com projetos posteriores da Fase 6, sugerindo expansão do arco familiar e participação em eventos maiores do MCU.
Executivos da Marvel já mencionaram um possível reinício de continuidade após “Vingadores: Guerras Secretas”. Dessa forma, “Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” desempenha papel duplo: inaugura a etapa atual e posiciona personagens essenciais para o desfecho planejado. Observadores do estúdio apontam a necessidade de argumentos mais consistentes para aproveitar o potencial do elenco e conduzir a narrativa coletiva com coesão.
Com duração próxima de duas horas, a obra equilibra sequências de ação, momentos domésticos e humor leve. O resultado oferece espetáculo visual e introduz peças-chave para a fase em curso, mas reforça a discussão sobre a importância de roteiros sólidos em produções de grande orçamento.