Olha, vou te contar uma coisa. Há uns anos atrás, eu nem sabia que existia essa profissão. Foi quando um amigo meu comentou que tinha prestado concurso pro IML que fiquei curioso. “Cara, o que faz um auxiliar de necropsia mesmo?”, perguntei. A resposta me surpreendeu tanto que resolvi pesquisar mais sobre o assunto.
E sabe o que descobri? Essa é uma das profissões mais necessárias que existem, mas que quase ninguém conhece direito. Todo mundo já ouviu falar do médico legista, né? Mas tem uma galera trabalhando junto com ele que faz toda a diferença. E é sobre isso que quero bater um papo contigo hoje.
Por que o que faz um auxiliar de necropsia é tão importante?
Imagina só a situação: alguém morre de repente em casa. A família fica desesperada querendo saber o que aconteceu. Ou então acontece um acidente de carro e precisa investigar as causas. É aí que entra essa equipe toda do IML.
O médico legista é quem vai examinar o corpo e dizer exatamente o que causou a morte. Mas ele não trabalha sozinho, não. Tem sempre alguém do lado ajudando em tudo. Esse alguém é o auxiliar de necropsia.
Pensa assim: é como um cirurgião no hospital. Ele tem enfermeiros e técnicos que preparam a sala, organizam os instrumentos, ajudam durante a operação. No IML é parecido, só que o objetivo é diferente.
O que esse profissional faz no dia a dia?

Bom, vou te explicar de um jeito bem simples. O auxiliar de necropsia cuida de várias coisas:
O que faz | Como funciona | Por que é importante |
---|---|---|
Prepara o corpo | Limpa e organiza tudo antes do exame | O médico precisa de condições adequadas |
Coleta amostras | Pega pedacinhos para análise no laboratório | Alguns exames só saem depois |
Organiza a sala | Deixa instrumentos prontos e ambiente limpo | Tudo tem que estar nos conformes |
Ajuda o médico | Fica do lado durante todo o procedimento | Duas pessoas trabalham melhor que uma |
Anota tudo | Escreve informações importantes | Não pode esquecer nenhum detalhe |
Parece meio pesado quando você lê assim, mas na real é um trabalho como qualquer outro. Claro que tem suas particularidades, mas todo mundo se acostuma.
Um dia normal no trabalho
Deixa eu te contar como é um dia típico. Chego lá pela manhã, primeira coisa que faço é ver quantos casos vamos ter. Às vezes são dois, às vezes cinco. Cada um é diferente do outro.
Depois vou preparar a sala. Tem que deixar tudo limpinho, organizar os instrumentos, conferir se está tudo funcionando direitinho. É igual quando você vai cozinhar e separa todos os ingredientes antes de começar.
O médico chega, a gente confere junto os dados do caso. Aí começa o trabalho mesmo. Eu fico ali do lado, passando os instrumentos que ele pede, anotando as observações, coletando material quando precisa.
“Sem o auxiliar, o trabalho do legista fica muito mais complicado. É uma parceria que funciona há décadas.” – Dr. João Santos, médico legista há 15 anos
Diferentes tipos de caso
Não é tudo igual, sabe? Cada caso tem sua história. Tem mortes naturais onde a família só quer ter certeza do que aconteceu. Tem acidentes de trânsito que ajudam a entender como foi. E infelizmente tem casos de violência também.
Mortes em casa: Quando alguém morre dormindo ou de repente, sem estar doente. A família fica sem entender nada. Nosso trabalho ajuda a esclarecer se foi problema no coração, derrame, essas coisas.
Acidentes: Principalmente de carro e moto. Ajuda a polícia a entender como aconteceu. Às vezes até melhora o trânsito da cidade depois.
Casos criminais: Esses são mais complicados. Cada detalhe pode ser uma pista importante. A responsabilidade é maior porque pode colocar alguém na cadeia ou inocentar uma pessoa.
Acidentes de trabalho: Também acontece bastante. Ajuda a melhorar a segurança nos empregos.
Cada um desses casos mexe com a gente de um jeito diferente. Mas é gratificante saber que estamos ajudando as famílias e a justiça.
Como vira auxiliar de necropsia?

O que precisa pra começar
Olha, não é bicho de sete cabeças não. Você precisa ter 18 anos e ter terminado pelo menos o fundamental. Isso mesmo, nem precisa ter feito o ensino médio completo pra alguns lugares.
Agora, se quiser trabalhar nos melhores lugares, melhor ter pelo menos o ensino médio. E fazer um cursinho técnico na área. Esses cursos não são caros nem demorados. Duram mais ou menos um ano.
Sobre o curso técnico
No curso você vai aprender um monte de coisa útil:
- Como o corpo humano funciona (anatomia básica)
- Jeitos de limpar e preparar os corpos
- Como usar os instrumentos de trabalho
- Regras de segurança (isso é super importante)
- Como coletar material pra exame
- Ética profissional
- Primeiros socorros
É bem prático mesmo. Não fica só na teoria não. Você aprende fazendo.
Que tipo de pessoa se dá bem nessa área
Vou ser sincero contigo. Não é qualquer um que aguenta. Precisa ter algumas características:
Ser equilibrado emocionalmente: Lidar com morte todo dia não é mole. Precisa ter a cabeça no lugar.
Prestar atenção nos detalhes: Um errinho bobo pode estragar uma investigação inteira.
Trabalhar bem em equipe: Você nunca trabalha sozinho. Sempre tem outros profissionais junto.
Saber guardar segredo: Muita coisa que você vê e ouve é confidencial. Não pode sair falando por aí.
Ter disposição física: O trabalho cansa o corpo sim. Tem que aguentar ficar em pé, carregar peso.
E principalmente: precisa entender que está prestando um serviço importante pra sociedade. Isso ajuda a dar sentido no trabalho.
Onde trabalhar como auxiliar de necropsia
Os lugares que mais contratam
Lugar | Como é | Tipo de contrato |
---|---|---|
IML (Instituto Médico Legal) | Casos policiais | Concurso público |
Hospitais públicos | Mortes no hospital | Concurso ou CLT |
Universidades | Pesquisa e aulas | Processo seletivo |
Funerárias grandes | Preparação de corpos | CLT normal |
Laboratórios forenses | Exames especiais | Varia |
Trabalhando no serviço público
A maioria trabalha no IML mesmo. É onde tem mais vaga e a estabilidade é maior. Ano passado mesmo saíram 145 vagas só em São Paulo. O salário estava em R$ 3.256,40.
Trabalhar no IML tem um lado bom que é a estabilidade. Você passa no concurso e fica tranquilo. Mas tem o lado pesado também, que são os casos mais complicados. É onde chega tudo que é caso policial da cidade.
Mas no final das contas, você sabe que está fazendo a diferença. Cada caso que você ajuda pode ser a chave pra resolver um crime ou dar uma resposta pra uma família aflita.
Quanto ganha um auxiliar de necropsia
Salários no Brasil
Os valores variam bastante dependendo de onde você trabalha. No Brasil inteiro, a média fica em torno de R$ 4.652,02. Mas isso é só uma média, viu?
Setor privado: Nos lugares particulares, tipo funerárias e laboratórios, o salário médio é de R$ 2.273,00. Sem contar os extras, como insalubridade.
Setor público: Aí já melhora. Pode começar ganhando entre R$ 2.000 e R$ 4.000. Com o tempo e experiência, pode chegar bem mais alto.
Benefícios extras
Como é um trabalho que tem riscos, você ganha alguns extras:
- Adicional de insalubridade (porque trabalha com material biológico)
- Às vezes adicional de periculosidade também
- Plano de saúde bom
- No público, tem estabilidade
- Aposentadoria especial (pode aposentar mais cedo)
E olha, esses adicionais fazem diferença no final do mês. Muita gente não considera isso na hora de calcular o salário.
Os altos e baixos da profissão

O que é mais difícil
Não vou mentir pra você. Tem dias que são pesados mesmo. Ver tragédias todo dia mexe com qualquer pessoa normal.
O lado emocional: Ver famílias sofrendo é a parte mais difícil. Principalmente quando são casos de crianças ou jovens.
Preconceito das pessoas: Muita gente não entende nosso trabalho. Acha estranho, tem medo. Até em festa, quando falo o que faço, o pessoal meio que se afasta.
Risco de saúde: Mesmo com todo equipamento de proteção, sempre existe um risco. Você trabalha com sangue, vírus, bactérias.
Horários malucos: Morte não tem hora. Às vezes tem que trabalhar fim de semana, feriado, madrugada.
O que compensa
Mas também tem o lado bom, que faz valer a pena:
Ajudar a fazer justiça: Saber que seu trabalho pode prender um criminoso ou inocentar um inocente.
Dar respostas às famílias: Muitas vezes nossa investigação traz a paz que a família precisava.
Estabilidade no emprego: Principalmente no público, é difícil ficar desempregado.
Sempre aprender coisas novas: Cada caso é único. Nunca fica monótono.
Salário razoável: Não vai ficar rico, mas dá pra viver bem.
Como se preparar pros concursos
Matérias que mais caem
Quando resolvi prestar concurso, tive que estudar várias coisas:
- Português (principalmente interpretação de texto)
- Matemática básica (nada muito complicado)
- Conhecimentos gerais (atualidades, história, geografia)
- Noções de anatomia humana
- Ética no trabalho
- Leis da área
Dicas pra estudar melhor
Foque no que mais cai: Português e conhecimentos gerais são certeiros.
Estude anatomia: Não precisa ser expert, mas o básico você tem que saber.
Leia jornal: Conhecimentos gerais são importantes.
Faça exercícios: Compre apostilas com exercícios resolvidos.
Simule provas: Tem vários sites que fazem simulados gratuitos.
E uma dica de ouro: conversa com quem já trabalha na área. Eles sabem melhor que ninguém o que realmente importa.
Como está o mercado hoje
Tem emprego na área?
O mercado está estável. Com a violência que tem nas cidades grandes e o pessoal vivendo mais (e morrendo mais velho), sempre precisa de gente qualificada.
Dá pra crescer na carreira?
Claro que dá. Você pode:
- Se especializar em tipos específicos de necropsia
- Fazer cursos de aperfeiçoamento
- Tentar cargos de chefia
- Migrar pra perícia criminal (que paga melhor)
As novidades tecnológicas
A tecnologia está chegando na nossa área também. Novos equipamentos, computadores melhores, sistemas digitais pra organizar os casos. Isso torna o trabalho mais fácil e preciso.
A parte ética do trabalho
Regras que não podem ser quebradas
Nossa profissão tem regras rígidas. A gente lida com informações muito delicadas e famílias em momentos difíceis. Algumas regras básicas:
- Nunca contar pra ninguém de fora o que vemos no trabalho
- Tratar os corpos com respeito total
- Ser preciso nas informações
- Trabalhar sempre em equipe
- Estudar sempre pra melhorar
Lidando com as famílias
Uma parte delicada é conversar com as famílias. Às vezes elas querem saber detalhes, fazem perguntas difíceis. Precisa ser humano, mas profissional. Dar as informações necessárias sem causar mais sofrimento ainda.
Já aconteceu de família me agradecer porque finalmente conseguiram entender o que aconteceu com o parente. Esses momentos fazem valer todo o esforço.
Segurança no trabalho
Equipamentos que uso todo dia
Minha segurança depende de usar direitinho os equipamentos:
- Luvas descartáveis bem resistentes
- Máscaras especiais pra respirar
- Óculos de proteção
- Avental que não passa nada
- Bota de segurança
- Protetor pro rosto inteiro
Como me proteger no dia a dia
Todo dia sigo a mesma rotina de segurança:
- Confiro se todos os equipamentos estão ok
- Lavo as mãos toda hora
- Troco luvas e máscaras sempre que precisa
- Limpo tudo depois de cada caso
- Jogo fora o material contaminado no lugar certo
Parece exagero, mas é necessário. Saúde não tem preço.
O impacto do nosso trabalho
Como ajudamos a sociedade
O trabalho que fazemos vai muito além do que as pessoas imaginam:
- Ajuda a polícia a resolver crimes
- Identifica doenças hereditárias que podem afetar a família
- Contribui pra pesquisas médicas
- Traz paz pras famílias
- Melhora políticas de segurança pública
Casos que me marcaram
Tem alguns casos que nunca saem da cabeça. Uma vez ajudei numa investigação que identificou um problema genético numa família. Outros parentes puderam se cuidar antes. Outro caso que me lembro foi quando nosso trabalho inocentou uma pessoa que ia ser condenada injustamente.
São momentos assim que fazem a gente lembrar por que escolheu essa profissão.
Cuidando da cabeça
Mantendo a saúde mental
Trabalhar nessa área exige cuidados especiais:
Acompanhamento psicológico: Muitos lugares oferecem. E quando não oferecem, procuro por conta própria.
Hobbies diferentes: Preciso ter alguma coisa que não tenha nada a ver com trabalho. Eu gosto de pescar, por exemplo.
Amigos fora da área: É importante ter pessoas que falam de outras coisas, outras preocupações.
Exercício físico: Ajuda a descarregar as tensões do dia.
Quando procurar ajuda
É importante reconhecer os sinais:
- Não conseguir dormir direito
- Ficar irritado por qualquer coisa
- Perder o interesse nas coisas que gostava
- Não conseguir se concentrar
- Tristeza que não passa
Quando isso acontece, não dá pra ignorar. Melhor procurar ajuda profissional.
O futuro da profissão
Novas tecnologias chegando
A área está se modernizando:
Computadores melhores: Facilitam o controle dos casos.
Equipamentos mais precisos: Tornam o trabalho mais exato.
Técnicas menos invasivas: Preservam melhor os corpos.
Comunicação digital: Agiliza o contato entre os profissionais.
Como vejo o futuro
Acredito que a profissão vai continuar evoluindo. As máquinas vão ajudar cada vez mais, mas nunca vão substituir completamente o trabalho humano. Sempre vai precisar de gente com sensibilidade e cuidado pra fazer esse trabalho.
E uma coisa eu sei: enquanto existirem pessoas, sempre vai precisar de auxiliar de necropsia. É uma profissão que veio pra ficar.
Resumo do que faz um auxiliar de necropsia
• Prepara corpos e salas pro médico legista fazer os exames
• Coleta material que vai pro laboratório fazer análises
• Limpa e cuida dos instrumentos usados nos procedimentos
• Ajuda em transferência de corpos quando precisa
• Anota tudo que acontece durante os exames
• Conversa com famílias quando necessário, sempre com cuidado
• Trabalha principalmente em IMLs, hospitais e universidades
• Precisa fazer curso técnico na área, que dura cerca de um ano
• Ganha entre R$ 2.000 e R$ 6.000, dependendo do lugar
• Tem estabilidade boa, principalmente no serviço público
• Ajuda a resolver crimes e dar respostas pras famílias
• Precisa ter equilíbrio emocional e atenção aos detalhes
10 perguntas que todo mundo faz
1. Precisa de faculdade pra ser auxiliar de necropsia? Não precisa. Basta ensino médio e um curso técnico na área.
2. Quanto ganha um auxiliar de necropsia? Entre R$ 2.000 e R$ 6.000, dependendo se é público ou privado.
3. Onde posso trabalhar nessa área? Principalmente IML, hospitais, universidades e funerárias especializadas.
4. Só trabalha com mortes violentas? Não, também trabalha com mortes naturais e pesquisas médicas.
5. Como faço pra me tornar auxiliar de necropsia? Termine o ensino médio, faça curso técnico e preste concurso ou se candidate em empresas.
6. É perigoso pra saúde? Com equipamentos certos e seguindo as regras, o risco é bem pequeno.
7. Precisa ter estômago forte? Sim, precisa de equilíbrio emocional pra lidar com situações pesadas todo dia.
8. Auxiliar e legista são a mesma coisa? Não, o legista é médico que faz laudos, o auxiliar ajuda nos procedimentos.
9. Dá pra crescer nessa profissão? Sim, pode se especializar, virar supervisor ou migrar pra áreas parecidas.
10. Tem mercado de trabalho? Sim, sempre precisa porque é um serviço essencial pra sociedade.