Intel reafirmou que seu próximo processador de ponta, Panther Lake, começará a ser enviado aos fabricantes ainda em 2025, ao mesmo tempo em que informou que encerrará o ano seguinte com aproximadamente 75 mil funcionários.
A companhia detalhou a continuidade do projeto durante a apresentação dos resultados do segundo trimestre de 2025, período em que registrou prejuízo de US$ 2,9 bilhões e receita estável de US$ 12,9 bilhões.
Reestruturação e ajuste de pessoal
O presidente-executivo Lip-Bu Tan comunicou internamente que a redução de postos visa “dimensionar corretamente” a organização e simplificar níveis de gestão intermediária. A expectativa é chegar a 75 mil empregados até o fim de 2025.
Como parte do movimento, a empresa contabilizou US$ 1,9 bilhão em encargos de reestruturação, principalmente ligados à reorganização de unidades de manufatura e montagem.
Entre as mudanças, o desenvolvimento da fábrica em Ohio, financiada em parte pelo CHIPS Act, será desacelerado. Já as operações de montagem e testes antes localizadas na Costa Rica serão concentradas em instalações maiores no Vietnã e na Malásia.
Projetos previstos para Polônia e Alemanha não vão avançar, enquanto rumores sobre possível fechamento de atividades em Israel não se confirmaram. Tan classificou a estratégia fabril anterior como “desnecessariamente fragmentada”.
Roteiro de produtos e processos de fabricação
Apesar dos cortes, o executivo declarou total apoio ao cronograma de produtos. O Panther Lake permanece no topo das prioridades, com envio inicial previsto para o final de 2025 e novos modelos planejados para o primeiro semestre de 2026.
O processador utilizará o processo de fabricação 18A, já em produção, e uma variação 18A-P. Segundo Tan, essas tecnologias formarão a base de pelo menos três gerações futuras de plataformas para clientes e servidores.
Para o segmento de desktops de alto desempenho, o dirigente apontou avanços no projeto Nova Lake, destinado a reduzir diferenças de desempenho em relação à concorrência.
Retorno do hyperthreading e foco em IA
Tan também reconheceu como equivocada a decisão anterior de remover a tecnologia de hyperthreading, ou SMT, iniciada com a família Arrow Lake. O recurso voltará aos próximos lançamentos a fim de recuperar competitividade.
Na área de inteligência artificial, a fabricante deixará de apostar exclusivamente em soluções de silício e passará a desenvolver uma estratégia integrada que envolva hardware, sistemas e software.
O executivo afirmou que autorizará pessoalmente cada produto de grande porte antes da etapa de tape-out, enfatizando que a empresa fabricará “o que os clientes desejarem, quando precisarem”.
Desempenho financeiro e perspectiva
No segundo trimestre, a divisão Client Computing Group teve queda de 3 % na comparação anual, somando US$ 7,9 bilhões. Ainda assim, a projeção de faturamento para o período seguinte, entre US$ 12,6 bilhões e US$ 13,6 bilhões, superou estimativas do mercado.
Ao encerrar a apresentação, Tan afirmou que “há muito a corrigir” para melhorar o desempenho da companhia, destacando que as mudanças anunciadas são consideradas essenciais para a próxima fase de crescimento.