A Intel iniciou uma ampla reestruturação para enfrentar seis trimestres consecutivos de prejuízos, o período negativo mais longo em 35 anos da companhia.
O plano inclui a dispensa de 15% da força de trabalho global, principalmente na gerência média, e o cancelamento ou adiamento de projetos de expansão que somariam dezenas de bilhões de dólares.
Foco imediato é restaurar lucratividade
Segundo a empresa, as demissões já começaram nas primeiras semanas do trimestre atual e devem reduzir o quadro total para 75 mil funcionários até dezembro.
No segundo trimestre, a fabricante registrou perda de US$ 2,9 bilhões, agravamento frente aos US$ 1,6 bilhão do mesmo período de 2023, embora a receita tenha permanecido em US$ 12,9 bilhões, ligeiramente acima das projeções de Wall Street.
Com o lema “cheques em branco não existem mais”, cada projeto passará por avaliação estrita de retorno financeiro, abandonando a estratégia de expansão agressiva adotada nos últimos anos.
Investimentos em fábricas são revistos
Entre as medidas, a Intel suspendeu planos de construir novas instalações de semicondutores na Europa e adiou para depois de 2030 a conclusão da fábrica de US$ 28 bilhões em Columbus, Ohio, originalmente prevista para 2025.
Embora o empreendimento conte com recursos do Chips Act, programa federal aprovado em 2022, a companhia decidiu reavaliar prioridades de gasto antes de cumprir os marcos exigidos pelo governo norte-americano.
A decisão reflete a necessidade de alinhar capacidade produtiva à demanda real e reforça a troca de foco, agora centrado em linhas de produtos de maior margem.
Fotografia Pericial
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Precisão e qualidade para laudos e períciasEquipamentos e técnicas ideais para documentar evidências com clareza e confiabilidade.
Novo comando redefine estratégia
Responsável pela mudança, o CEO Lip-Bu Tan assumiu o cargo em março, substituindo Pat Gelsinger, e passou a concentrar esforços em rentabilidade e competitividade no mercado de inteligência artificial (IA).
Investidor veterano do setor, Tan estabeleceu quatro pilares de atuação: recuperar participação em processadores para PCs, investir pesadamente em chips de IA, desenvolver a tecnologia de fabricação 14A para clientes externos e priorizar produtos que acelerem modelos de IA capazes de executar tarefas complexas.
A Intel admite ter subestimado a corrida por semicondutores voltados a IA, segmento dominado por Nvidia, AMD e TSMC, e busca reposicionar-se rapidamente nesse mercado.
Tecnologias 18A e 14A são prioridade
O processo de fabricação 18A, tratado internamente como essencial, será utilizado nos próximos processadores móveis Panther Lake, cujo lançamento está previsto para o final deste ano.
Já a tecnologia 14A visa produzir chips com maior densidade de transistores e menor consumo de energia, intenção que pode atrair grandes designers independentes até o fim da década.
Com essas duas plataformas, a Intel espera concorrer de forma mais direta com fabricantes terceirizadas e recuperar relevância no fornecimento para aplicações avançadas de IA.
Enquanto consolida a transição, a empresa continuará fabricando os atuais processadores com métodos anteriores, mas limitará expansões até que a demanda justifique novos investimentos.
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Redução de custos atinge vários níveis
Além dos cortes na gerência média, programas de pesquisa considerados de baixo retorno foram encerrados, e equipes foram realocadas para projetos de IA e processos de 14A.
A empresa também revisa contratos de fornecedores, renegocia prazos com construtoras e ajusta cronogramas de entrega de equipamentos de litografia.
Executivos afirmam que a disciplina fiscal será mantida ao longo de 2025, mesmo que as condições de mercado melhorem, para garantir sustentabilidade a longo prazo.
Com menos iniciativas em andamento, a Intel pretende direcionar capital para áreas onde acredita ter vantagem competitiva, especialmente na combinação de design de CPU, GPU e aceleradores de IA em um único pacote.
Desafios e próximos passos
A empresa precisa mostrar aos investidores que o novo plano pode reverter as perdas sem comprometer participação futura em setores estratégicos.
Relatórios internos indicam que a demanda por computadores pessoais mostra sinais de estabilização, mas o crescimento esperado virá principalmente de data centers, nuvem e aplicações generativas de IA.
Resultados dos próximos trimestres serão monitorados de perto, pois indicarão se a redução de despesas e o foco em tecnologias 18A e 14A são suficientes para recolocar a Intel entre os líderes do setor de semicondutores.
