O plantão noturno na perícia criminal sempre me envolve em um véu de mistério. As ruas escuras, os chamados urgentes e a incerteza do que encontrarei ao chegar ao local do crime. Sou um fotógrafo pericial, e minha câmera é minha testemunha silenciosa. Hoje, o destino me conduziu a uma ponte abandonada, onde o terror e o suspense se entre
O Chamado
A ligação veio às 2 da manhã. Uma voz trêmula do outro lado da linha relatou o achado macabro: um corpo inerte sob a ponte. Sem familiares por perto, apenas o vazio e o abandono. A escuridão da noite parecia se solidificar, e eu sabia que meu trabalho seria mais do que documentar evidências. Seria desvendar o inexplicável.
O Encontro
A ponte se erguia como um esqueleto de ferro e concreto. A luz da lua mal conseguia penetrar as sombras que se agarravam às suas vigas. Meus passos ecoavam, e o vento sussurrava segredos. O corpo estava lá, estendido como uma marionete descartada. Seus olhos vazios pareciam me fitar, implorando por respostas.
O Silêncio
Nenhum familiar, nenhum amigo. Apenas o silêncio. Minha câmera capturou cada detalhe: a pele pálida, os cabelos emaranhados, as mãos gélidas. O ar estava impregnado de desespero, como se a própria ponte chorasse por aquele solitário. Eu me perguntava: quem era ele? Por que ali? E o que o levou a esse fim?
O Abandono
A ponte parecia um portal para outra dimensão. Os sons da cidade desapareceram, e eu estava só com meu equipamento e minhas perguntas. O vento sibilava, e as sombras dançavam. Cada clique da câmera ecoava como um grito abafado. O abandono era palpável, como se a própria estrutura se revoltasse contra a indiferença humana.
A Revelação
Ao revelar as fotos, os detalhes emergiram. Marcas no pescoço, um bilhete amassado no bolso. Através das lentes, vi o que os olhos não podiam discernir. O terror se materializava. O suspense se entranhava em minha pele. O corpo solitário tinha uma história, e eu estava determinado a contá-la.
E no final do Plantão
O dia a dia do fotógrafo pericial é um equilíbrio delicado entre profissionalismo e empatia. Somos os guardiões das sombras, os cronistas do inexplicável. Cada cena, cada click, nos aproxima do enigma da vida e da morte. E enquanto a ponte permanecer, ela sussurrará segredos aos que ousarem ouvir.
Lembre-se: a escuridão guarda suas histórias mais sombrias.
Este artigo foi escrito por um profissional que atua na área – Um fotógrafo técnico Pericial
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